Permetrina e Imiprothrin
Formigas ainda voam pra cima de mim, como que querendo se vingar da carga de inseticida que eu disparei contra elas. Algumas ainda resistem ao veneno e se debatem no chão, outras não resistiram e já chegaram ao final de suas miseráveis vidas. Olhando de cima, o piso de lajotas brancas assemelha-se a um campo de batalha. Nesse momento, uma está andando sobre o teclado do computador. Estava. Agora ela já se junta às suas amigas no chão, se debate lutando pela vida. Foi um acontecimento bizarro. Centenas de formigas me atacaram enquanto conversava pela internet calmamente com alguns amigos , começaram umas andando por cima da mesa do computador, de repente, apareceram já algumas andando por cima de mim. Afastei-as. Elas continuaram a aparecer. Foi quando olhei para trás e vi onde elas se concentravam, na pedra da janela. Dezenas, centenas delas, peguei então o inseticida e disparei, como já disse antes, o problema é que eu joguei muito, e o quarto estava fechado, agora sinto um pouco de tontura. Formigas aina passeiam pelo meu teclado. Aquela que me referi anteriormente já está morta. Minha cabeça dói. No som toca My Immortal, mas durante o massacre, Radiohead embalava a chacina com Karma Police. Poucas ainda vivem. Ainda aparecem novas formigas voadoras, que agora mato na mão. Aí agora eu me pergunto: como uma coisa dessas pode ter acontecido, e o pior ainda está acontecendo, logo hoje, um dia péssimo e acinzentado. Seriam essas formigas um aviso, alguma espécie de metáfora para os meus pensamentos, que começaram voando, se elevando e agoram acabam no chão, mortos. Agora vou fechar os olhos, tentar voltar pra 1912. Quem sabe lá, eu não recupero o amor que acho que um dia já tive...
|